A pandemia da covid-19 provocou mudanças significativas na população mundial. Foram confirmados no mundo 90,7 milhões de casos de covid-19 e 1,9 milhões de mortes até 14 de janeiro de 2021 (OPAS, 2021). Dessa forma, existe a necessidade de retardar o processo de contágio e propagação da doença para que se prolongue o risco da pessoa ser infectada e necessite dos sistemas de saúde. Assim, medidas vêm sendo tomadas para desacelerar a propagação do vírus, como distanciamento social, lockdown, restrição de viagens e fechamento provisório de escolas, instituições de ensino superior (IES) e comércios. Contudo, essas medidas provocam impactos negativos na economia, provocando instabilidade no sistema financeiro e aumentando o número de desempregos.
Mais de 1,3 bilhão de alunos estão sendo afetados com o fechamento de escolas e universidades (80% da população infantil mundial) e mais de 60 milhões de docentes não podem trabalhar presencialmente em salas de aula (UNESCO, 2021). Esse cenário traz um desafio inédito às instituições de ensino: implantação e inovação em suas metodologias de aprendizagem virtual. No entanto, alguns obstáculos estão presentes na difusão dessa nova forma de ensino: o lento desenvolvimento e ampliação do ensino digital, ausência de regulamentação para garantir a conformidade desse ensino e a falta de formação, capacitação e interesse de alguns docentes e discentes com o novo modelo.
Dessa forma, é necessário para as IES o aprimoramento constante dos projetos pedagógicos e a infraestrutura adequada para que os alunos sejam protagonistas de seu próprio aprendizado e desenvolvimento. As instituições que ofertam uma experiência universitária diversificada, ensino remoto e híbrido, com metodologias ativas de ensino, atividades extracurriculares e interação com o mercado de trabalho terão importante vantagem competitiva em relação àquelas que ofertam aulas presenciais tradicionais.
Percebe-se que a educação é uma ferramenta essencial para vencer a crise econômica e, portanto, deve ser priorizada quanto a oferta de recursos financeiros e no auxílio aos alunos, professores e instituições para superação dessa crise. A recuperação do mercado de trabalho deve ocorrer por meio da contratação de trabalhadores especializados, uma vez que estes se mostram menos afetados pelas crises econômicas de acordo com a GAGED. Assim, os profissionais devem buscar formações de qualidade, abraçando as novas oportunidades que o mercado venha a oferecer.
Autoria: Prof. Dr. Jaime Martins de Sousa Neto.